Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/6804
Tipo: masterThesis
Título: O profissionalismo imoral e a pacificação necessária: imprensa, futebol e política na “crise das especializadas” no Rio Grande do Sul (1937-1938)
Autor(es): Klein, Rafael Belló
Orientador: Silveira, Helder Gordim da
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em História
Data de Publicação: 2014
Palavras-chave: FUTEBOL - RIO GRANDE DO SUL - HISTÓRIA
IMPRENSA - HISTÓRIA
CORREIO DO POVO (JORNAL) - HISTÓRIA
POLÍTICA
Resumo: During the first years since its introduction in Brazil, football was mostly organized as an amateur and elitist activity. However, its growing popularity amongst all social layers, including the popular classes, led to the progressive inclusion of players from humble backgrounds and the beginning of remuneration practices. Since the major leagues remained nominally amateurs but the clubs started to develop semiprofessional relationships with the players, this situation caused strong contradictions to emerge, which were increasingly noticeable in the beginning of the 1930s. In response to those circumstances, in 1933, in Rio de Janeiro, a movement known as Ligas Especializadas (Specialized Leagues) was founded, aiming to formalize and institutionalize professional football in Brazil. Henceforth there was a schism in the brazilian football scene between those favorable to the amateurism and the Confederação Brasileira de Desportos (Brazilian Sports Confederation) on one side, and those favorable to the professionalism and the Especializadas on the other. In the province of Rio Grande do Sul, however, the Especializadas movement arrived late, only in 1937, causing secession in local football until the end of 1938. In this context, this research intends to analyze the discourse of the daily journal Correio do Povo, the top newspaper in terms of circulation in the province capital at the time, about the Especializadas crisis, during its term in the province. The newspaper exhibits a stance clearly favorable to the amateur side, which is justified by two lines of arguments: the assumption that professional sport was an immoral practice; and the idea that it was necessary to promote pacification, solving the schism caused by the Especializadas supporters. Both arguments are strongly related to the policy adopted by Getulio Vargas’ government regarding the sports issue, as it is expressed in the Decreto-Lei 3. 199, the most important sports law established during the Estado Novo period.
A prática do futebol no Brasil, nos primeiros anos desde sua introdução no país, configurou-se de forma predominantemente amadora e elitista. No entanto, a sua crescente popularidade em todos os setores da sociedade, inclusive entre as classes populares, levou à progressiva inclusão de jogadores de origem humilde e à inserção de práticas de remuneração. Visto que as grandes ligas permaneciam nominalmente amadoras, mas os clubes começavam a manter relações semiprofissionais com os jogadores, esta situação gerou grandes contradições, que foram percebidas de forma cada vez mais intensa no início da década de 1930. Como resposta, surge, em 1933, no Rio de Janeiro, o movimento que ficaria conhecido como Ligas Especializadas, que visava oficializar e instituir o futebol profissional no Brasil.A partir de então ficava dividido o cenário futebolístico nacional entre partidários do amadorismo e da Confederação Brasileira de Desportos de um lado, e os do profissionalismo e das Especializadas de outro. No estado do Rio Grande do Sul, no entanto, o movimento das Especializadas, chegou tardiamente, apenas em 1937, causando uma divisão no futebol local até o final de 1938. Neste contexto, o presente trabalho se propõe a analisar o discurso do periódico Correio do Povo, na época o jornal de maior circulação na capital gaúcha, acerca da crise das Especializadas, durante sua vigência no Estado. Manifestando um posicionamento claramente favorável à corrente cebedense, o jornal justifica-se por meio da articulação de duas linhas de argumentação: a consideração de que o profissionalismo no esporte era uma prática imoral; e a ideia de que era preciso promover a pacificação, solucionando o dissídio causado pelos especializados. Ambos os argumentos aproximam-se fortemente da política adotado pelo governo de Getúlio Vargas perante a questão do esporte, tal qual ela é expressa no Decreto-Lei 3. 199, a principal legislação desportiva promulgada durante o Estado Novo.
URI: http://hdl.handle.net/10923/6804
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