| Resumo: | Este ensaio é um esforço de conscientização para aproximar a escrita literária com as animações japonesas, em particular com o gênero de robôs gigantes conhecido como “Mecha”. O trabalho se divide em duas partes: Uma teórica e uma criativa. Na teórica, apresentei um ensaio que se aprofunda em um anime, Flag (2006). Busquei estudar seus personagens principais, construindo uma comparação com outros protagonistas do gênero mecha, de forma que se possa enxergar as diferenças de valores e questionamentos que cada um traz à tona. Entrei em detalhes na criação da mídia animada, o pensamento por trás de sua concepção e como a mentalidade dos seus pioneiros se separou da contraparte ocidental nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial. Como complemento procurei explanar a importância do jornalismo em Flag, contrastando com a obra jornalística Palestina, uma Nação Ocupada (2000). Embasei minha argumentação na explicação de Robin Brenner (2007) sobre como os animes se diferem na transmissão de sentimentos de fácil identificação com ações ampliadas pela animação, tal qual pela simplificação dos traços dos personagens. Também referencio artigos e livros que relatam a história dos mangás até os primeiros animes que criaram muitos dos tropos utilizados até hoje, assim como apresentam seus próprios olhares na questão do mecha e seu legado, como nos artigos de Joseph Christopher Schaub (2001) e Emir Somer (2010). Destaquei alguns dos conselhos e lições de Stephen King (2015) e K.M. Weiland (2016) sobre a construção de personagens e sua importância narrativa. A segunda parte deste trabalho é um trecho de Sombra sobre Goliath, um romance de ficção científica e elementos de fantasia de minha autoria. O ensaio engloba as minhas inspirações para a construção do mundo, a narrativa e o uso dos robôs em uma história onde uma ameaça alienígena força os habitantes do planeta Goliath a se refugiarem no subsolo planetário e a viverem escondidos, até o dia em que seus soldados, protegidos no interior de grandes robôs de combate, encontrarem uma maneira de revidar e expulsar ou destruir a grande metrópole alienígena da mesosfera de Goliath.
This essay is an effort to bring literary writing closer to Japanese animation, in particular to the giant robot genre known as “Mecha”. The work is divided into theoretical and creative parts. In the theoretical element, I present an essay that delves into a specific anime related to the genre: Flag. I sought to study its main characters, building a comparison with other protagonists of the genre so that one can see the differences in values and questions that each one brings to light. I went into detail on the creation of animated media, the thinking behind its conception and how the mindset of its pioneers broke away from the Western counterpart in the years following World War II. As a complement, I tried to explain the importance of journalism in Flag, contrasting with the journalistic work Palestine, a Nation Occupied (2000). I based my argument on Robin Brenner's (2007) explanation of how anime differs in the transmission of easily identifiable feelings with actions amplified by animation, as well as by simplifying character traits. Use of articles and books that tell the story of the origin of manga to the first anime that created many of the tropes used today, as well as present their own views on the issue of mecha and its legacy as in the articles by Joseph Christopher Schaub (2001) and Emir Somer (2010). I highlighted some of the advice and lessons from Stephen King (2015) and K.M. Weiland (2016) on the construction of characters and their narrative importance. The second part involves an excerpt from my novel Shadow on Goliath, a science fiction work with fantasy elements. The essay encompasses my inspirations for world building, narrative and the use of robots in a story where an alien threat forces the inhabitants of the planet Goliath to take refuge in the underground and live in hiding, until the day when their soldiers, protected inside large combat robots, find a way to fight back and drive out or destroy the great alien metropolis on the Goliath mesosphere. |
