| Resumen: | O presente trabalho tem por objetivo revisitar a teoria do reconhecimento e averiguar a possibilidade de se construir uma Teoria da Justiça a partir desta tradição. Para isso, revisitará os textos da juventude de G. W. F. Hegel, principalmente O Sistema da Vida Ética, em que pode ser encontrada a defesa de um reconhecimento pautado em trocas intersubjetivas mais orgânicas nas esferas da família, sociedade civil e Estado. Após isso, analisará a virada que a dialética do reconhecimento de Hegel toma após a inserção de um conceito monológico de Espírito na Fenomenologia do Espírito e na Filosofia do Direito. Axel Honneth recuperará essa tradição dos primeiros escritos de Hegel e engendrará uma inflexão empírica a partir de G. H. Mead para a teoria em Luta por reconhecimento. Com isso Honneth conseguirá descrever a construção da identidade como fruto de trocas intersubjetivas e entender a gramática das lutas sociais como uma luta por reconhecimento. Ao final, a possibilidade de uma Teoria da Justiça a partir da recepção da dialética do reconhecimento de Hegel é investigada nas obras Sofrimento de indeterminação e, secundariamente, em O Direito da Liberdade. Na primeira obra fica mais explícita a defesa de um primado da intersubjetividade como profilaxia para as formas insuficientes de liberdade, formas essas que são carentes de determinação por não possuírem a dinâmica das trocas intersubjetivas que a eticidade pode oferecer. Já na segunda, embora de forma mais implícita, a defesa de um ideal de liberdade social também passa por um reconhecimento dessa nas várias instituições da liberdade. A pesquisa é bibliográfica, baseada em literatura primária dos dois principais autores trabalhados, mas também em artigos e livros de comentadores como L. Siep, V, Hösle, J. Habermas, C. Menke, R. Forst, dentre outros.Na tentativa de tecer relações entre os textos, tenciona as fraquezas e possibilidades da recepção da dialética do reconhecimento de Hegel por Honneth para uma análise da formação da subjetividade, das lutas sociais e de uma ideia de justiça.
This paper aims to revisit the theory of recognition and investigate the possibility of building a Theory of Justice from this tradition. To do so, it will revisit texts from G. W. F. Hegel's youth, especially System of Ethical Life, in which a defense of recognition based on more organic intersubjective exchanges in the spheres of family, civil society, and state can be found. After that, he will analyze the turn that Hegel's dialectics of recognition takes after the insertion of a monological concept of Spirit in the Phenomenology of Spirit and the Elements of the Philosophy of Right. Axel Honneth will recover this tradition from Hegel's early writings and engender an empirical inflection from G. H. Mead to theory in Struggle for Recognition. In doing so, Honneth will be able to describe the construction of identity as the fruit of intersubjective exchanges and to understand the grammar of social struggles as a struggle for recognition. Finally, the possibility of a Theory of Justice based on the reception of Hegel's dialectics of recognition is investigated in Suffering from Indeterminacy and, secondarily, Freedom's Right. In the first work, the defense of the primacy of intersubjectivity as a prophylaxis for insufficient forms of freedom is more explicit. In the second, although in a more implicit way, the defense of an ideal of social freedom also involves the recognition of this ideal in the various institutions of freedom. The research is bibliographical, based on primary literature of the two main authors, but also on articles and books by commentators such as L. Siep, V, Hösle, J. Habermas, C. Menke, R, Forst, among others. In an attempt to weave relationships between the texts, by intending the weaknesses and possibilities of the reception of Hegel's dialectic of recognition by Honneth for an analysis of the formation of subjectivity, social struggles and an idea of Justice. |
