Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10923/15930
Type: doctoralThesis
Title: Os fenômenos da contradição e dos paradoxos na linguagem: uma avaliação de teorias e de estudos da pragmática inferencial
Author(s): Behle, Nanashara Fagundes
Advisor: Ibaños, Ana Maria Tramunt
Publisher: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Graduate Program: Programa de Pós-Graduação em Letras
Issue Date: 2019
Keywords: LÓGICA
CONTRADIÇÃO (FILOSOFIA)
PARADOXOS
LINGUAGEM
INFERÊNCIA
PRAGMÁTICA
Abstract: Desde a Antiguidade, filósofos fazem uso de paradoxos para fomentar argumentos e discussões através de deduções baseadas em regras da Lógica Clássica. Observamos que esse fenômeno, bem como o da contradição, é comumente utilizado na linguagem do cotidiano e, portanto, vemos como importante termos estudos de ocorrências linguísticas dessa espécie não apenas nas áreas da Filosofia e da Lógica, como costumam ser estudados, mas também da Linguística. O trabalho que apresentamos aqui é uma investigação teórica no qual procuramos mostrar como contradições e paradoxos, mesmo não que não sigam um viés da Lógica Clássica, podem ser avaliados sob ótica da Pragmática. Para isso, propomos uma abordagem como a da Lógica Informal defendida por autores como Walton (1989) e Costa (2009, 2016) ou seja, uma aproximação da linguagem natural aliada à Lógica. Em estudo anterior (BEHLE, 2014), concluímos a possibilidade de tratar paradoxos clássicos sob uma abordagem da Teoria das Implicaturas (GRICE, 1967). Na pesquisa atual, o objetivo principal é avaliar teorias e estudos da Pragmática Inferencial, os quais se ancoram na teoria griceana, para verificar se e como eles dão conta dos fenômenos linguísticos em questão. As teorias e os estudos avaliados são as neogriceanas de Implicatura com base-Q e com base-R (HORN, 1984) e a Teoria das Implicaturas Conversacionais Generalizadas (LEVINSON, 2000) e a pósgriceana Teoria da Relevância (SPERBER; WILSON, 1986, 1995). Para que pudéssemos alcançar esse propósito, iniciamos traçando o caminho das inferências nos estudos da Lógica Clássica até que chegassem nessas teorias da Pragmática. Deste modo, apresentamos conceitos básicos da Lógica e noções de teóricos como Frege (1892), Russell (1905) e Strawson (1950). Refletimos também sobre o que são os fenômenos da contradição e do paradoxo para os definirmos e os exemplificarmos, sob viés de autores como Strawson (1952), Quine (1976), Sainsbury (1995), Cirne-Lima (1996), Rescher (2001), Olin (2003) e Sorensen (2003). Assim, conseguimos observar, por exemplo, que nem toda a contradição clássica é um paradoxo da mesma forma que nem todo paradoxo pressupõe uma contradição. Assumidas essas noções, analisamos as teorias linguísticas selecionadas para verificarmos até que ponto elas dão conta dos fenômenos em questão. Para isso, consideramos como elas podem descrever a emersão da contradição ou do paradoxo e de que modo elas explicam como o receptor interpreta o significado do falante. Com isso, procuramos refletir sobre a possível irracionalidade desses enunciados que, muitas vezes, não causam estranheza no interlocutor durante o processo comunicativo.
Philosophers have used paradoxes to develop arguments and discussions through deductions based on rules of Classical Logic since Ancient history. We observe that this phenomenon commonly occurs in everyday language, as well as the contradiction structures are regularly perceived. Therefore, we consider important to study linguistic occurrences of this nature not only in the traditional areas of Philosophy and Logic, which are usually studied, but as well in Linguistics. This work is a theoretical investigation in which we seek to show how apparent contradictions and paradoxes, even those that do not follow a Classical Logic construct, can be evaluated from the point of view of Pragmatics. For this purpose, we assume an approach of Informal Logic advocated by authors such as Walton (1989) and Costa (2009, 2016), that is, an approximation of natural language allied to Logic. In our previous study (BEHLE, 2014) we have concluded it is possible to treat classical paradoxes under an approach of the Theory of Implicatures (GRICE, 1967). In this current research, the main objective is to evaluate Inferential Pragmatics theories and studies, which are based on Gricean theory, to verify if and how they can deal with the linguistic phenomena discussed. The theories and studies evaluated are the neoGriceans Q-based and R-based Implicatures (HORN, 1984), the Theory of Generalized Conversational Implicature (LEVINSON, 2000) and the post-Gricean Relevance Theory (SPERBER, WILSON, 1986, 1995). In order to achieve this purpose, we begin by tracing the path of inferences in the studies from Classical Logic assumptions until the theories of Inferential Pragmatics. We present concepts of Logic and notions developed in the studies of some philosophers, like Frege (1892), Russell (1905) and Strawson (1950). We also reflect about which are the phenomena of contradiction and paradox in order to define and to exemplify them, according to authors such as Strawson (1952), Quine (1976), Sainsbury (1995), Cirne-Lima (1996), Rescher (2001), Olin (2003) and Sorensen (2003). We can observe that not all classical contradiction is a paradox as well as not all paradox presupposes a contradiction. Assuming these notions, we analyze the selected linguistic theories to verify how they can provide us an account of the phenomena in question. For this, we consider how they can describe the emergence of contradiction or paradox and how they can explain the way a receiver interprets the meaning of the speaker. Therefore, we reflect about the apparent irrationality of these statements that frequently do not cause strangeness to the interlocutor during the communicative process.
URI: http://hdl.handle.net/10923/15930
Appears in Collections:Dissertação e Tese

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
TES_NANASHARA_FAGUNDES_BEHLE_COMPLETO.pdfTexto Completo1,06 MBAdobe PDFOpen
View


All Items in PUCRS Repository are protected by copyright, with all rights reserved, and are licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License. Read more.