| Resumo: | Ao investigar as dimensões da comunicação (Massoni, 2007b, 2014) em documentos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), aproximamos as áreas de Comunicação e Administração, no âmbito organizacional – considerando suas possíveis interfaces e complementaridades. A partir da identificação dessas dimensões, objetivamos desvelar a (in)compreensão de comunicação para a governança corporativa e evidenciar o (não) lugar (Augé, 2012) da comunicação organizacional nessa governança. No que se refere ao método, optamos pelo Paradigma da Complexidade (Morin, 2003, 2015a, 2015b), articulando-o com as perspectivas da Sociologia Compreensiva (Maffesoli, 2008, 2020, 2022) e do Interacionismo Simbólico (Mead, 2021; Blumer, 1980). Nosso percurso metodológico incluiu técnicas, como levantamento bibliográfico e documental, coleta de dados em produções do Instituto, revisão do estado da arte e exploração das informações selecionadas. A trajetória percorrida nos permite sustentar que: a compreensão que o IBGC tem de comunicação está, geralmente, associada à dimensão informativa e/ou ideológica; e essa (in)compreensão resulta no não lugar da comunicação organizacional na governança corporativa, tanto no espaço físico quanto no antropológico. A pesquisa ainda nos permite inferir que a comunicação, possivelmente, incomode e desacomode, ao promover o encontro sociocultural e o diálogo dialógico, e na medida em que, compreendida em sua complexidade, é abraçada e vivida pelos sujeitos organizacionais – incluindo a própria organização. Com base nesse pressuposto assumimos que, possivelmente, a compreensão multidimensional dessa comunicação não esteja no foco do IBGC, assim como pode não lhe convir dar à comunicação organizacional o lugar oportuno.
The present study investigates the dimensions of communication (Massoni, 2007b, 2014) in documents from the Brazilian Institute of Corporate Governance (IBGC). The approach concerns the areas of Communication and Administration within the organizational scope – considering their potential interfaces and complementarities. Based on identifying these dimensions, our aim is to unveil the (mis)understanding of communication in corporate governance and highlight the (non) place (Augé, 2012) of organizational communication within such governance. The chosen methodology was the Complexity Paradigm (Morin, 2003, 2015a, 2015b), articulating it with the perspectives of Comprehensive Sociology (Maffesoli, 2008, 2020, 2022) and Symbolic Interactionism (Mead, 2021; Blumer, 1980). The methodological approach included literature and documentary reviews, data collection from Institute publications, state-of-the-art review, and exploration of selected information. This path showed that the IBGC’s understanding of communication is generally associated with the informative and/or ideological dimension. Such understanding is considered a lack of understanding, and it results in a non-place of organizational communication in corporate governance, considering both the physical and anthropological spaces. Besides, it is inferred that communication may cause discomfort by promoting sociocultural encounters and dialogical dialogue. This occurs as it is embraced and lived by organizational subjects, including the organization itself, when analyzed within its complexity. Based on this assumption, the present study acknowledges that the multidimensional understanding of this communication may not be the focus of the IBGC organization. Complementarily, it may not be of high interest for the IBGC to assign the appropriate place to organizational communication. |
