Jornalismo e saúde mental: um mapeamento das percepções de profissionais de redações em Porto Alegre

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo entender as percepções dos jornalistas que trabalham em redações de Porto Alegre acerca de sua saúde mental e ocupacional, bem como explicar a diferença entre essas saúdes. Visa, também, compreender quais foram as mudanças pelas quais o jornalismo passou ao longo dos anos, tanto estrutural, quanto técnica e organizacionalmente para, assim, poder analisar quais impactos que essa reestruturação teve no psicológico dos profissionais de comunicação. O referencial teórico inclui autores como SilvaJunior e Fischer (2015), Lipp (1998), Selye (1959) e Kucinski (2005), que se propõe a explicar e conceituar os transtornos e doenças mentais e ocupacionais, Romancini e Lago (2007), Barbosa (2013) e Renault (2013) que trazem um resgate histórico da constituição e das mudanças ocorridas na profissão de jornalista ao longo do tempo. Destaca-se a importância deste assunto, pois os profissionais de jornalismo precisam, constantemente, se remodelar e se readequar às mudanças e inovações tecnológicas que ocorrem diariamente, com redações cada dia mais reduzidas, os jornalistas precisam ser multitarefa e, frente às produções massivas e ao ritmo frenético, desgastam-se física e psicologicamente em prol de um emprego e do amor pela profissão. A partir das análises realizadas ao longo deste estudo, em que foram ouvidos jornalistas que trabalham ou trabalharam em redações de Porto Alegre tanto através de um questionário quantitativo, quanto por entrevistas estruturadas, conclui-se que os profissionais, além de viverem constantemente estressados e ansiosos, muitos, inclusive, já foram diagnosticados com algum transtorno e/ou doença mental, se sentem desamparados com relação ao apoio oferecido por parte das empresas e, por serem apaixonados pela profissão acabam vendo como normal esse estresse constante. Ressalta-se, por fim, a importância de trabalhos acadêmicos sobre o tema da saúde mental e ocupacional dos jornalistas, pois as referências sobre o assunto são escassas em nosso país.

This study focus on understanding the perceptions that journalists who work in newsrooms in Porto Alegre have about their mental and occupational health, while also explaining the differences between them. Besides from that, it looks to comprehend the changes that journalism has passed over the years, both structurally and technically, to be able to analyze the psychological effects that this restructuration has had on the professionals of this field. The study references the works of authors such as Silva-Junior & Fischer (2015), Lipp (1998), Selye (1959 and Kucinski (2005), which propose to explain and conceptualize the disorders and mental and occupational health issues and also the works of Romancini & Lago (2007), Barbosa (2013) and Renault (2013), which bring a historical recap of the constitutin and the changes that have happened in the journalism profession throughout the times. The importance os this matter is emphasized because journalists need to constantly remodel themselves and reajust to the technological changes and innovations happening on a daily basics. With newsrooms getting smaller everyday, journalists need to be multitaskers and, facing massive productions and a frenzied thythm, they end up tiring themselves physically and psychologically for their work and the passion for their jobs. From the analysis made in this study, during wich interviews were held with journalists that work or worked in a newsrooms in Porto Alegre, both with a quantitative questionnaire and structured interviews, it’s concluded tha professionals of this field tend to live constantly stresses and anxious, and many have been diagnosed with some sort os disorder and/or mental health issue. They also feel a lack of support in this matter from their employers and networks, wich they tend to put aside since such problems have beem normalizes and are considered to be just another part oh the job they love. In conclusion, I emphasize the importance of academic studies of the matter of journalist’s mental and occupational health because the references on the subject are scarce in our country.