| Resumo: | Este trabalho versa sobre as manifestações pela reabertura das escolas privadas de educação infantil no primeiro ano da pandemia de COVID-19 em Porto Alegre. Durante o isolamento social ocasionado pelo coronavírus, podemos observar diversas manifestações solicitando a reabertura das escolas privadas infantis, sendo que alguns discursos continham inclusive ideias equivocadas sobre a função e o papel desta etapa da educação básica. O problema de pesquisa deste trabalho se baseia na motivação dos manifestantes ao pedir a reabertura e na concepção que algumas escolas privadas possuem de educação infantil. O objetivo deste trabalho foi analisar através dos discursos dos manifestantes se a motivação da reabertura era suprir as necessidades das crianças ou das escolas privadas, ou até mesmo das famílias das quais estas crianças fazem parte. Também buscou-se identificar quais foram as reclamações, preocupações, expectativas e definições/funções da escola de educação infantil presente nas manifestações. Por fim, a presente investigação também pretendeu comparar os dados obtidos através da coleta de dados das manifestações com as funções e definições da escola de educação infantil presente dos documentos oficiais que regem a educação brasileira. Como marco teórico foram utilizados artigos escritos no ano de 2020 após um estado de conhecimento, dentre os autores mais importantes estão Dermeval Saviani, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Sonia Kramer, Moysés Kuhlmann e Paulo Fochi. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória que utilizou como ferramenta a análise documental e a análise categorial temática. Foram selecionadas manifestações públicas do ano de 2020 que continham solicitações de reabertura das escolas privadas de educação e delas surgiram categorias que resultaram em análises. Como resultado destas análises foi possível observar a prevalência da questão financeira das escolas privadas como motivo para a reabertura e a necessidade das famílias de terem um lugar para levar a criança ao irem trabalhar, demonstrando que essas manifestações em 2020 não estavam priorizando a criança, mas os adultos.
This work is about the demonstrations for the reopening of private schools of early childhood education in the first year of the COVID-19 pandemic, in Porto Alegre. During the social isolation caused by coronavírus, we can observe a lot of demonstrations requesting the reopening of the early childhood private schools. Some speeches even contained wrong ideias about the function and the role of this stage of basic education. The research problem of this work is based on the protesters’ motivation when they requested the reopening, and it’s also based on the conception that some private schools have of early childhood education. The objective of this work was to analyze, through the protesters’ speech, if the reopening motivation was to supply the necessities of the children or the private schools, or even if the motivation was to supply the necessities of the families. We also try to identificate the claims, worries, expectations, and definitions/functions of early childhood schools present at the demonstrations. Finally, the investigation intended to compare the information obtained through data collection of the demonstrations with the definitions/functions of early childhood education present in the official and legal documents of Brazilian education. As a theoretical framework, we used articles written in 2020: the most important authors was Dermeval Saviani, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Sonia Kramer, Moysés Kuhlmann and Paulo Fochi. It is a qualitative, descriptive and exploratory research that utilized the documental analysis and the categorical thematic analysis as a tool. The result of these analyses showed the prevalence of the private schools’ financial problems as a reason for the reopening. Another reason was the families’ necessity for a place to leave the kids during the work time. This situation showed that the demonstrations in 2020 weren't prioritizing the kids: they were prioritizing the adults’ needs. |
