Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: https://hdl.handle.net/10923/26119
Tipo: masterThesis
Título: Narrativas da dissidência: problematizações de elementos formadores da subjetividade de docentes LGBTQIAPN+
Autor(es): Valandro, Jean Michel
Orientador: Santos, Bettina Steren dos
Editor: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Fecha de Publicación: 2024
Palabras clave: PROFESSORES - FORMAÇÃO PROFISSIONAL
RELAÇÕES DE GÊNERO
SEXUALIDADE
SUBJETIVIDADE
EDUCAÇÃO
Resumen: A escola tem sido vastamente estudada como lócus a partir do qual constitui-se o educador, e há estudos que falam da identidade docente, que mesclam o sujeito profissional ao indivíduo humano. Todavia, muitos estudos lançam um olhar generalizado sobre o professorado, negligenciando algumas especificidades – como as expressões de gênero e de sexualidade – que, ao considerar a sociedade atual, emergem como recortes indissociáveis das diferentes tessituras socioculturais e como elementos caros aos processos de construção de subjetividade. Pensando nessa situação, a ideia central deste estudo é compreender, através de relatos escritos – que têm inspiração nas escrevivências produzidas por mulheres negras brasileiras, em especial Conceição Evaristo, inauguradora do conceito –, como um grupo de docentes LGBTQIAPN+ constitui(u) suas subjetividades, considerando as agências das relações sociais de saber-poder no ambiente escolar. Para tanto, busco problematizar as normas sociais de produção de corpos, de expressões de gênero e de sexualidades engendradas pelos instrumentos de biopoder (Butler, 2003; Foucault, 1999; 2008; 2004; Goellner, 2003; 2009; Louro, 1997; 2003; 2010), observando de que formas elas se entranham nos processos de geração de subjetividades docentes; investigar como as relações de alteridade se dão nos ambientes escolares entre professores/as LGBTQIAPN+ e seus pares externos à sigla e de que maneira elas colaboram com os processos de subjetivação dos pesquisados; por fim, desejo pensar, por meio das escrevivências, nas produções de si que tomam forma a partir dos discursos sobre as maneiras de ser e estar no ambiente escolar (Deleuze; Guattari, 1995; Guattari; Rolnik, 1999).Sendo esta uma pesquisa que opera pela perspectiva pós-estruturalista, escolhi as escrevivências como forma de construir minha materialidade, justamente para lançar sobre esses textos um olhar diferenciado, mais próximo de elementos pós-qualitativos, que preconiza a documentação, a provocação e a imaginação, que são disparadores para uma maneira de se fazer pesquisa sem já ter um caminho pré-concebido. O grupo pesquisado consistiu em quatro docentes da Educação Básica (tanto atuantes quanto ex-professores), cuja participação nesta pesquisa deu-se por meio de convite direto, por autoindicação, ou ainda por indicação de terceiros. Além disso, esse grupo foi composto por pessoas de diversas expressões de gênero e sexuais - todas pertencentes à sigla LGBTQIAPN+. Os resultados me dão pistas para compreender que, através das narrativas recebidas, as relações de preconceito, inferioridade e rechaço propostas nas teorias que embasam este estudo concretizam-se no ambiente escolar de diversas maneiras e em diversas gradações. Contudo, felizmente, tais atitudes não são unanimidade, embora estejam presentes em todos os relatos descritos nesta pesquisa em certa medida. Além disso, nesses relatos é possível perceber marcadores socioculturais específicos que estiveram envolvidos na construção das subjetividades dos/as docentes pesquisados/as e, a partir disso, discuti sua relação com a manutenção das lógicas hegemônicas, coloniais e conservadoras que estabelecem relações de saber-poder reguladoras dos corpos, as expressões de gênero e de sexualidade das pessoas LGBTQIAPN+. Saliento, ainda a importância de seguir pesquisando outros públicos, a fim de ampliar o conhecimento sobre as diversas facetas das relações humanas no que toca à formação de subjetividade de diferentes grupos.
The school has been widely studied as the locus from which the educator is constituted, and there are studies that talk about teacher identity, which merge the professional subject with the human individual. However, many studies take a generalized view of teachers, neglecting some specificities - such as expressions of gender and sexuality - which, when considering today's society, emerge as inseparable aspects of the different socio-cultural fabrics and as elements that are dear to the processes of subjectivity construction. With this situation in mind, the central idea of this study is to understand, through written accounts - which are inspired by the writings produced by black Brazilian women, especially Conceição Evaristo, who inaugurated the concept - how a group of LGBTQIA+ teachers constitute(s) their subjectivities, considering the agencies of social relations of knowledge-power in the school environment. To this end, I seek to problematize the social norms for the production of bodies, expressions of gender and sexualities engendered by the instruments of biopower (Butler, 2003; Foucault, 1999; 2008; 2004; Goellner, 2003; 2009; Louro, 1997; 2003; 2010), observing the ways in which they become entangled in the processes of generating teachers' subjectivities; to investigate how relations of alterity take place in school environments between LGBTQIA+ teachers and their peers outside the acronym and how they contribute to the processes of subjectivation of those being researched; finally, I want to think, through the writings, about the productions of self that take shape from the discourses on ways of being and being in the school environment (Deleuze; Guattari, 1995; Guattari; Rolnik, 1999).As this research operates from a post-structuralist perspective, I chose the writings as a way of constructing my materiality, precisely in order to take a different look at these texts, closer to post-qualitative elements, which advocate documentation, provocation and imagination, which are triggers for a way of doing research without already having a preconceived path. The group surveyed consisted of four primary school teachers (both current and former), whose participation in this research was by direct invitation, by self-nomination, or by referral from third parties. In addition, this group was made up of people of different gender and sexual expressions - all belonging to the LGBTQIA+ acronym.The results give me clues to understand that, through the narratives received, the relationships of prejudice, inferiority and rejection proposed in the theories on which this study is based are materialized in the school environment in different ways and to different degrees. Fortunately, however, these attitudes are not unanimous, although they are present to some extent in all the accounts described in this research. Furthermore, in these accounts it is possible to see specific socio-cultural markers that were involved in the construction of the subjectivities of the teachers surveyed and, on this basis, discuss their relationship with the maintenance of hegemonic, colonial, and conservative logics that establish relations of knowledge-power that regulate the bodies, expressions of gender and sexuality of LGBTQIA+ people. I also emphasize the importance of continuing to research other audiences in order to broaden our knowledge of the various facets of human relations with regard to the formation of subjectivity in different groups.
URI: https://hdl.handle.net/10923/26119
Aparece en las colecciones:Dissertação e Tese

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