Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/25840
Tipo: doctoralThesis
Título: Dívida e dinheiro na teoria do capitalismo e do estado em e a partir de Dleuze & Guattari: dinheiro contra o capital
Autor(es): Pirola, Émerson dos Santos
Orientador: Madarasz, Norman Roland
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Data de Publicação: 2023
Palavras-chave: MATERIALISMO HISTÓRICO
DINHEIRO
CAPITALISMO - ASPECTOS FILOSÓFICOS
FILOSOFIA
Resumo: Nesta tese, propomos uma reproblematização do dinheiro que o retire da posição de dado natural em que muitas vezes é colocado. Contra a imagem dogmática do dinheiro, que o concebe como uma mercadoria, coisa ou simples meio de troca, afirmamos que ele é uma forma de dívida, instituída fiduciária, relacional e socialmente, sendo atravessada por processos de subjetivação e investimentos libidinais, além de forças ativas e reativas, poderes e potências. Essa reconstrução da problemática do dinheiro é feita através da obra de Deleuze & Guattari, enquadrando-os em genealogia marxista-spinozista e aceleracionista, bem como aproximando-os do neo-cartalismo. Fazemos recurso sobretudo à teoria monetária ou à filosofia do dinheiro por eles produzida, que é explicada e explorada ao longo de nosso texto. Para tanto, passamos pelo papel do dinheiro e da dívida na “história universal da contingência”: pelas máquinas territorial, despótica e capitalista, além do papel que tem nela a máquina de guerra e o aparelho de Estado/captura. Na máquina territorial encontramos dívidas finitas e o que chamamos de contra-dinheiro, enquanto na máquina despótica (no Estado arcaico), também chamada de formação tributária, encontramos o dinheiro propriamente dito, unidade de conta imposta pelo Estado via tributo, o que será herdado de maneira transformada com o capitalismo, no qual o dinheiro se torna essencialmente descodificado e descodificante. O dinheiro, na medida em que é tempo, se torna modernamente o próprio campo transcendental no qual se dá a subjetivação. Entretanto, o dinheiro é distribuído desigualmente entre ricos e pobres, credores e devedores, capitalistas e proletários, maiorias e minorias.Esses antagonismos são determinadas pela dualidade do dinheiro, contribuição fundamental da teoria do dinheiro de Deleuze & Guattari: no capitalismo, há um fluxo de dinheiro dito de financiamento, que tem poder de definição dos possíveis e do porvir, através do controle sobre o trabalho e o desejo alheios, enquanto há outro fluxo monetário, subordinado ao primeiro, que é o de dinheiro de meio de pagamento, meio de troca, mercadoria. O dinheiro do primeiro fluxo é potente, enquanto o do segundo é impotente. Essa dualidade do dinheiro sobredetermina a teoria do mais-valor e a exploração e extração de valor, seja no salário fordista, seja no endividamento de massas neoliberal. Entretanto, propomos uma reinstitucionalização do dinheiro e da relação monetária que seja comunizante, um dinheiro do comum, capaz de inverter a dívida infinita para com o capital em um crédito infinito na direção do comum.
In this dissertation, we propose a reproblematisation of money that removes it from the natural given position in which it is often placed. Against the dogmatic image of money, which conceives it as a commodity, thing, or simple medium of exchange, we assert that it is a form of debt, instituted fiduciarily, relationally, and socially, being traversed by processes of subjectivation and libidinal investments, as well as active and reactive forces, powers, and potencies. This reconstruction of the problematic nature of money is carried out through the work of Deleuze & Guattari, framing them within a Marxist-Spinozist and accelerationist genealogy, as well as aligning them with neo-chartalism. We primarily draw on the monetary theory or philosophy of money produced by them, which is explained and explored throughout our text. To do so, we traverse the role of money and debt in the “universal history of contingency”: the territorial, despotic, and capitalist machines, as well as the role played by the war machine and the apparatus of State/capture within it. In the territorial machine, we encounter finite debts and what we call counter-money, while in the despotic machine (in the archaic State), also referred to as the tributary formation, we find money properly speaking, the unit of account imposed by the State through taxation, which will be transformed in the context of capitalism, where money becomes essentially decoded and decoding. Money, to the extent that it is time, becomes in modernity the very transcendental field in which subjectivation takes place.However, money is unequally distributed among the rich and the poor, creditors and debtors, capitalists and proletarians, majorities and minorities. These antagonisms are determined by the duality of money, a fundamental contribution of Deleuze & Guattari's theory of money: in capitalism, there is a flow of money referred to as finance money, which has the power to define possibilities and the future through control over others’ labor and desire, while there is another monetary flow, subordinate to the first, which is that of money as a medium of payment, a medium of exchange, a commodity. The money in the first flow is potent, while that of the second is impotent. This duality of money overdetermines the theory of surplus value and the exploitation and extraction of value, whether in Fordist wages or in the mass indebtedness of neoliberalism. However, we propose a reinstitutionalization of money and the monetary relationship that is communizing, a money of the common capable of reversing infinite debt to capital into infinite credit towards the common.
URI: https://hdl.handle.net/10923/25840
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