| Resumen: | Períodos de recessão econômicas refletem diretamente nos níveis de desemprego, inadimplência e endividamento da população. Assim, compreender fatores comportamentais, como a forma que os indivíduos encaram períodos de escassez de renda, pode ser determinante para explicar os comportamentos financeiros e suas relações. Nesse contexto, o presente estudo tem por objetivo analisar o efeito mediador da frugalidade e da impulsividade moderado pelo afeto positivo na relação entre escassez de renda e atitude ao endividamento e o seu efeito no bem-estar financeiro. Para tanto, foi realizado uma survey com 148 indivíduos que tiveram escassez de renda durante o período da pandemia. Após, os dados foram analisados através do conjunto de técnicas associadas à Modelagem de Equações Estruturais (MEE) com a abordagem PLS-SEM para o teste de nove hipóteses propostas. Os resultados evidenciam que a escassez de renda, a frugalidade e a impulsividade apresentam efeitos diretos significativos na atitude ao endividamento. A frugalidade e impulsividade possuem um papel mediador na relação entre escassez de renda e atitude ao endividamento, sendo moderado pelo afeto positivo. Assim, pode-se inferir que se por um lado, a escassez de renda é alta e o afeto positivo é baixo, o indivíduo apresenta menor traço de frugalidade e maiores tendências de impulsividade. Já quando a escassez de renda é alta e o afeto positivo é alto, o indivíduo é considerado mais frugal e acaba apresentando um comportamento menos impulsivo.Além disso, a atitude ao endividamento apresentou um efeito negativo nas dimensões presente e futuro do bem-estar financeiro. Os achados fornecem uma reflexão sobre a importância do bem-estar financeiro para os indivíduos, assim como a promoção da educação financeira e fatores comportamentais para enfrentar momentos de recessão econômica e dificuldades financeiras. O estudo contribui para uma melhor entendimento dos mecanismos explicativos na relação entre escassez de renda a atitude ao endividamento.
Periods of economic recession directly reflect the levels of unemployment, default and indebtedness of the population. Thus, understanding behavioral factors, such as the way individuals face periods of shortage of income, can be decisive to explain financial behaviors and their relationships. In this context, the present study aims to analyze the mediating effect of frugality and impulsiveness moderated by positive affect in the relationship between income scarcity and attitude towards indebtedness and its effect on financial well-being. To this end, a survey was carried out with 148 individuals who had a shortage of income during the pandemic period. Afterwards, the data were analyzed using a set of techniques associated with Structural Equation Modeling (SEM) with the PLS-SEM approach to test nine proposed hypotheses. The results show that income scarcity, frugality and impulsiveness have significant direct effects on the attitude towards indebtedness. Frugality and impulsiveness play a mediating role in the relationship between scarcity of income and attitude towards indebtedness, being moderated by positive affect. Thus, it can be inferred that if, on the one hand, the scarcity of income is high and the positive affect is low, the individual has a lower trait of frugality and greater tendencies of impulsiveness.When income scarcity is high and positive affect is high, the individual is considered more frugal and ends up showing less impulsive behavior. In addition, the attitude towards indebtedness had a negative effect on the present and future dimensions of financial well-being. The findings provide a reflection on the importance of financial well-being for individuals, as well as the promotion of financial education and behavioral factors to face times of economic recession and financial difficulties. The study contributes to a better understanding of the explanatory mechanisms in the relationship between scarcity of income and attitude towards indebtedness. |
