| Resumo: | Com relação à temática ambiental, há propostas baseadas na sustentabilidade forte nos programas de governo apresentados pela esquerda partidária brasileira nas eleições presidenciais de 2018? Qual o espaço existente para as ideias pós-desenvolvimentistas e baseadas na sustentabilidade forte dentro dos partidos de esquerda no Brasil? Com base nestas questões de pesquisa, analisamos as propostas dos partidos da esquerda brasileira que apresentaram candidaturas próprias na eleição presidencial de 2018, e entrevistamos ativistas ambientais críticos ao desenvolvimentismo filiados a estes partidos. Partimos da hipótese de que a esquerda partidária brasileira se limita a pensar alternativas dentro do paradigma desenvolvimentista, com base no paradigma da sustentabilidade fraca, e, portanto, o espaço para ideias pós-desenvolvimentistas e afins com a sustentabilidade forte nestes partidos é restrita ou inexistente. As evidências apontam que nossa hipótese se demonstrou correta nos partidos analisados, com exceção parcial do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Os entrevistados filiados a este partido afirmaram que o PSOL tem sido cada vez mais aberto à pauta ecossocialista e pós-desenvolvimentista. Embora o programa apresentado pelo partido em 2018, no geral, tenha enfoque desenvolvimentista, a parte dedicada ao meio ambiente contém propostas diretamente referenciadas no debate internacional sobre alternativas ao desenvolvimento e aderentes à sustentabilidade forte, indicando que, neste partido, a sustentabilidade forte tem espaço suficiente para (ao menos) disputar espaço com o desenvolvimentismo.
Regarding the environmental theme, are there proposals based on strong sustainability in the government programs presented by the Brazilian left parties in the 2018 presidential elections? What is the existent space for post-developmentalist ideas and ideas based on strong sustainability in Brazil’s left parties? Based on these research questions, we analyzed the proposals by Brazilian left parties that presented their own candidacies in the 2018 presidential elections and interviewed environmental activists who are critical towards the developmentalism that is connected to these parties. We hypothesize that the Brazilian left is limited to thinking alternatives inside a developmental paradigm, based on the weak sustainability paradigm and, thus, the space for post-developmentalist ideas and such with strong sustainability is limited or inexistent. The evidence reveals that our hypothesis was proven right for the parties analyzed in this study, except partially for the Liberty and Socialism Party (PSOL). The interviewees who are affiliated to this party stated that PSOL has increasingly been more open regarding the eco-socialist and post-developmentalist agenda. Although the program presented by the party in 2018, in general, focuses on development; in the part concerning environment, there are proposals directly referred to in the international debate on alternatives to development and adherent to strong sustainability, which indicates that, in this party, strong sustainability has enough space to (at least) fight developmentalism for space. |
