Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: https://hdl.handle.net/10923/17401
Tipo: doctoralThesis
Título: Literatura do que não existe mais: a literatura pós-guerra fria nos territórios das extintas República Democrática Alemã e Tchecoslováquia
Autor(es): Silva, Raquel Belisario da
Orientador: Theobald, Pedro
Editor: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Fecha de Publicación: 2021
Palabras clave: LITERATURA TCHECOSLOVACA
IDENTIDADE NACIONAL
LITERATURA - HISTÓRIA E CRÍTICA
Resumen: Através deste estudo, busca-se abrir um novo espaço de discussão literária, com a apreciação de obras pouco ou nada conhecidas no meio acadêmico brasileiro, como são as produzidas no (Centro-)Leste Europeu. A hipótese geral levantada para iniciar esta pesquisa é de que a narrativa ficcional da Europa centro-oriental, sobretudo a escrita na primeira década posterior ao final da ditadura comunista, apresenta características próprias, como fenômeno histórico específico de um espaço determinado, mas que se estende além das novas fronteiras dos países hoje existentes. O objetivo principal é – a partir da leitura de narrativas ficcionais de autores da República Tcheca, da Eslováquia e da Alemanha – pensar criticamente sobre a representação, nessas narrativas, da vida em territórios cujas identidades geopolíticas foram modificadas por conta da queda do regime socialista que havia perdurado por mais de quarenta anos. Para isso, três pontos servem de base: possíveis consequências da exposição continuada ao regime autoritário que se desfaz; a perda (?) de identidades nacionais a partir da ruptura com o passado; e a constituição de novas formas de ser sujeito, quando “o que deixou de existir” não foi apenas o tempo vivido sob um regime autoritário, mas também os espaços nos quais os indivíduos haviam nascido e habitado até então. Propõe-se ainda olhar para como os autores escrevem sobre as fronteiras que deixaram de existir e os novos territórios a partir daí constituídos.Nas obras selecionadas – Adam e Evelyn, de Ingo Schulze, Nem santos nem anjos, de Ivan Klíma, e Samko Tále’s Cemetery Book, de Daniela Kapitáňová –, é possível verificar aspectos da vida de pessoas comuns que precisam adaptar-se a novas realidades políticas e nova divisão territorial de seus países, enquanto enfrentam questões de ordem pessoal, como a morte, os relacionamentos afetivos e familiares, a carreira profissional. Destacam-se, além disso, os rastros do passado que promovem constantes transformações nos traços identitários dos povos desses espaços, compondo diferentes subjetividades dentro de coletividades também diversas. A fundamentação teórica toma por base uma grande constelação de estudos sobre memórias individuais e coletivas, bem como os usos da memória histórica e de esquecimentos programados, nas narrativas de formação de identidades nacionais e culturais, discussões reavivadas por Aleida Assmann, Paul Ricoeur, Tzvetan Todorov, entre outros. Ainda são debatidas as relações entre identidade nacional e constituição das subjetividades das personagens, ligadas ao surgimento de novas construções identitárias – aparecem aqui, com maior destaque, a sociossemiótica de Eric Landowski e o ressentimento, conforme Max Scheler e Marc Angenot. É ainda apresentado resumidamente o debate em torno dos estudos das narrativas póssocialistas, conduzido por Madina Tlostanova, Dobrota Pucherová, Cristina Sandru, Dorota Kołodziejczyk, que revisitam teorias pós-coloniais, bem como os cronotopos de Bakhtin relacionados às tempo-localidades do pós-comunismo. Ao final, contrastase a condição da literatura antes e depois de 1989, com o propósito de demonstrar se a hipótese inicial foi comprovada.
Through this study, we seek to open a new space for literary discussion, with the appreciation of works little or not known in the Brazilian academic environment, such as those produced in (Central-) Eastern Europe. The general hypothesis raised to initiate this research is that the fictional narrative of Central-Eastern Europe, especially the writing in the first decade after the end of the communist dictatorship, has its own characteristics, as a specific historical phenomenon of a determined space, which extends beyond the new borders of the countries that currently exist. The main objective is – from the reading of fictional narratives by authors from the Czech Republic, Slovakia and Germany – to think critically about the representation, in these narratives, of life in territories whose geopolitical identities have been modified due to the fall of the socialist regime that lasted for more than forty years. Three points serve as a basis to this end: possible consequences of continued exposure to the authoritarian regime that falls apart; the loss (?) of national identities from the break with the past; and the constitution of new forms of being a subject, when “what ceased to exist” was not only the time lived under an authoritarian regime, but also the spaces in which people had been born and lived until then.It is also proposed to look at how the authors write about the frontiers that have ceased to exist and the new territories constituted thereafter. In the selected works – Adam and Evelyn, by Ingo Schulze, No Saints or Angels, by Ivan Klíma, and Samko Tále's Cemetery Book, by Daniela Kapitáňová –, it is possible to verify aspects of the lives of ordinary people who need to adapt to new political realities and a new territorial division of their countries, while facing personal issues, such as death, affective and family relationships, professional career. In addition, there are traces of the past that promote constant transformations in the identities of the peoples of these spaces, composing different subjectivities within different collectivities. The theoretical foundation is based on a large constellation of studies regarding individual and collective memories, as well as the uses of historical memory and programmed forgetting, in the narratives of the formation of national and cultural identities, discussions revived by Aleida Assmann, Paul Ricoeur, Tzvetan Todorov, among others. The relationship between national identity and the constitution of the characters’ subjectivities, linked to the emergence of new identity constructions, is also debated here, with greater prominence to the sociosemiotics of Eric Landowski and the notion of ressentiment according to Max Scheler and Marc Angenot. There is also a briefly presented debate about the studies of post-socialist narratives, conducted by Madina Tlostanova, Dobrota Pucherová, Cristina Sandru, Dorota Kołodziejczyk, who revisit postcolonial theories, as well as Bakhtin’s chonotopes related to the post-communist tempo-localities. Finally, the condition of the literature before and after 1989 is contrasted in order to demonstrate whether the initial hypothesis was proven.
URI: https://hdl.handle.net/10923/17401
Aparece en las colecciones:Dissertação e Tese

Ficheros en este ítem:
Fichero Descripción TamañoFormato 
000500048-Texto+completo-0.pdfTexto completo1,28 MBAdobe PDFAbrir
Ver


Todos los ítems en el Repositorio de la PUCRS están protegidos por derechos de autor, con todos los derechos reservados, y están bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional. Sepa más.