Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/13289
Tipo: doctoralThesis
Título: A falta de limites: processos de moralização infantil em uma instituição de educação de crianças pequenas em Porto Alegre
Autor(es): Dorneles, Edson Bertin
Orientador: Ribeiro, Fernanda Bittencourt
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Data de Publicação: 2018
Palavras-chave: EDUCAÇÃO MORAL
DISCIPLINA INFANTIL
EDUCAÇÃO INFANTIL
EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar discursos e práticas culturais em torno de processos de moralização infantil, a partir da noção “criança sem limites”. Essa noção é pensada aqui enquanto um dispositivo de regulação moral adulta presente nas relações intergeracionais, em especial, em um contexto de uma instituição de educação infantil comunitária na cidade de Porto Alegre. As educadoras – mulheres trabalhadoras – lançam mão de julgamentos, acusações e queixas ao pensarem sobre as condutas das crianças e ao identificarem que existem crianças “sem limites” no cotidiano institucional. Para tal problemática relacional, as educadoras afirmam que as crianças “precisam de rotina”, principalmente aquelas “sem limites”, já que estas desafiam os processos de normatização, de disciplinamento institucional. De acordo com observações de campo, verificaram-se práticas educativas a partir de uma lógica do constante controle frente às ações dos pequenos com base na rotina escolar. O olhar das educadoras também está voltado para fora da escola, ou seja, para os familiares ou responsáveis, os quais parecem “falhar” quanto aos processos de educação dos filhos, exigindo das educadoras, consequentemente, uma “educação” moral que elas não desejam cumprir, pois para elas o papel da creche e pré-escola é ensinar, deixando a tarefa do educar como competência da família.Nesse contexto educacional, abre-se também o diálogo com os pequenos e observa-se que as crianças, com suas histórias e perspectivas particulares, são pouco consideradas como sujeitos participantes e capazes de contribuir com o fazer cotidiano na instituição. Elas sentem e percebem o ritmo adulto diário, buscam resistir de alguma forma, mas existem relações de poder e uma reprodução prevista no cronograma de atividades. Existem concepções de educação, de infância, de adultez e do próprio trabalho de educação infantil. A partir dos dados e de análise, este trabalho de investigação busca apontar reflexões em torno da necessidade de se aprimorar práticas educacionais mais democráticas nas relações entre adultos e crianças que permitam espaços para agência infantil e não somente uma continuidade de um modelo de educação interetária voltado para a norma e para a nostalgia de uma autoridade perdida em um passado, que precisa ser resgatada.
The aim of this research is to analyze cultural discourses and practices around processes of infant moralization, based on the notion "child without boundaries".This notion is thought here as a device for adult moral regulation, present in intergenerational relationships, especially in a context of a community child education institution, in the city of Porto Alegre. Educators - working women - resort to judgments, accusations and complaints when they think about the behavior of children and when they identify that there are children "without boundaries" in the daily institutional. For this relational problem, the educators affirm that the children "need routine", mainly, those "without boundaries", since they challenge the processes of normatization, of institutional disciplinary. According to field observations, educational practices were verified based on a logic of constant control over the actions of the littles ones, based on the school routine.The perspective of the educators are also directed to the outside of school, that is, to the relatives or responsible ones, who seem to "fail" in the processes of education of the children and, consequently, demanding of the educators a moral "education" that they do not want to fulfill, since for them the role of kindergarten and preschool is to teach, leaving the task of educating to the competence of the family. In this educational context, dialogue with the children is also opened and it is observed that children, with their particular histories and perspectives, are few considered as participating subjects and able to contribute to the daily work in the institution. They feel and perceive the daily adult rhythm, they seek to resist in some way, but there are power relationships, and a predicted reproduction in the activity schedule. There are conceptions of education, childhood, adulthood and the very work of early childhood education. Based on data and analysis, this research seeks to reflect on the need to improve more democratic educational practices in relationships between adults and children and allowing spaces for children's agency and not only a continuity of a model of intergerational education based on the norm and on the nostalgia of an authority lost in the past that needs to be rescued.
URI: http://hdl.handle.net/10923/13289
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