Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10923/18039
Type: masterThesis
Title: Relações entre resiliência, trauma e envelhecimento
Author(s): Asnis, Tatiane Gil
Advisor: Argimon, Irani Iracema de Lima
Publisher: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Graduate Program: Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
Issue Date: 2021
Keywords: ENVELHECIMENTO
IDOSOS
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
PSICOLOGIA
Abstract: O Brasil experimenta um rápido crescimento da população com mais de 60 anos, acompanhando uma tendência mundial. Segundo projeções da ONU de 2019, dentro do grupo das pessoas idosas, aquelas com idade igual ou maior que 80 anos, denominadas de longevos, constituem o segmento populacional que experimenta maior crescimento em todo o mundo. À medida que se envelhece, cada indivíduo tem sua maneira de lidar com as mudanças, com as situações próprias da vida e com as perdas próprias do envelhecimento. Perdas que variam de indivíduo para indivíduo em ordem de aparecimento e de intensidade, mas todas elas inerentes à passagem do tempo (perda da jovialidade, da saúde, da beleza estética, das capacidades osteomusculares, da cognição, da autonomia e por fim da independência). Além das perdas naturais, a maioria dos indivíduos também é exposta a pelo menos uma situação de ameaça durante o curso de suas vidas, e a forma com que os mesmos lidam com esses eventos potencialmente perturbadores também difere. Os indivíduos diferenciam-se pelo fato de alguns conseguirem superar as crises e outros não, e além dos aspectos como temperamento, genética, aspectos sociais e econômicos, relacionamentos afetivos com familiares e amigos, a capacidade de resiliência própria de cada indivíduo será fundamental para essa superação. A resiliência é comumente definida como a capacidade do indivíduo ou da família de enfrentar as adversidades, ser transformado por elas e conseguir superá-las. Com o aumento da expectativa de vida, e com as dificuldades que advém do envelhecimento, a resiliência tem sido relacionada frequentemente à fase de vida mais tardia, quando se propõe que o seu desenvolvimento pode ser um fator protetor para o sofrimento psíquico decorrente das vivências do envelhecimento.Com o intuito de verificar o quanto as vivências traumáticas ao longo da vida são responsáveis pelo desenvolvimento da capacidade de resiliência no indivíduo idoso longevo, bem como de entender que outros fatores estão associados com a capacidade de resiliência, e com isto aumentar os conhecimentos acerca desta população que vem crescendo a cada ano, realizou-se entrevista semiestruturada com cinco idosas longevas. Através da metodologia qualitativa de pesquisa tanto no que concerne à coleta de dados quanto em relação à análise dos mesmos, esta pesquisa nos levou às seguintes conclusões: 1) Para haver resiliência é preciso haver evento traumático prévio. 2) As vivências traumáticas não podem transbordar a capacidade que cada indivíduo tem para lidar com elas. Se houver este excesso, o trauma será prejudicial para o desenvolvimento da resiliência, tornando o indivíduo vulnerável ao sofrimento e ao desenvolvimento de quadros psicopatológicos. 3) Vivências de apego seguro na infância são fundamentais para desenvolver a capacidade de resiliência. 4) A capacidade de realizar o trabalho de luto está diretamente relacionada com a capacidade de resiliência. 5) Os mecanismos de defesa maduros estão relacionados à capacidade resiliente, bem como os imaturos demostram a dificuldade do indivíduo em se flexibilizar e aceitar as mudanças do envelhecimento. 6) Os autoconceitos estão diretamente relacionados à capacidade resiliente. 7) A espiritualidade ajuda na capacidade resiliente do indivíduo, porém não é fundamental.
Brazil is experiencing a rapid growth of the population over 60 years old, following a global trend. According to 2019 UN projections, within the group of older people, those aged 80 years or older, called long-distance, constitute the population segment that experiences the greatest growth worldwide. As you get older, each individual has their own way of dealing with changes, with life's own situations, and with the losses of aging. Losses that vary from individual to individual in order of appearance and intensity, but all of them inherent in the passage of time (loss of joviality, health, aesthetic beauty, musculoskeletal capacities, cognition, autonomy and ultimately independence). In addition to natural losses, most individuals are also exposed to at least one threat situation during the course of their lives, and the way they deal with these potentially disturbing events also differs. Individuals are differentiated by the fact that some manage to overcome crises and others do not, and in addition to aspects such as temperament, genetics, social and economic aspects, affective relationships with family and friends, the capacity for each individual's own resilience will be fundamental for this overcoming. Resilience is commonly defined as the individual's or family's ability to face adversity, be transformed by them, and overcome them. With the increase in life expectancy, and with the difficulties that come from aging, resilience has often been related to the later life phase, when it is proposed that its development can be a protective factor for psychic suffering resulting from the experiences of aging.In order to verify how much traumatic experiences throughout life are responsible for the development of resilience in the long-lived elderly individual, as well as to understand that other factors are associated with resilience, and thereby increasing knowledge about this population that has been growing every year, a semi-structured interview was conducted with five long-term elderly. Through the qualitative research methodology, both with regard to data collection and in relation to their analysis, this research led us to the following conclusions: 1) For resilience, there must be previous trauma. 2) Traumatic experiences cannot overflow with the capacity of each individual to deal with them. If there is this excess, trauma will be detrimental to the development of resilience, making the individual vulnerable to suffering and the development of psychopathological conditions. 3) Experiences of safe attachment in childhood are fundamental to develop resilience. 4) The ability to perform mourning work is directly related to resilience. 5) Mature defense mechanisms are related to resilient capacity, as well as immature ones show the difficulty of the individual in making flexibility and accepting the changes of aging. 6) Self-concepts are directly related to resilient capacity. 7) Spirituality helps in the resilient capacity of the individual, but it is not fundamental.
URI: https://hdl.handle.net/10923/18039
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