| Resumen: | Inserida na grande área do conhecimento das Ciências Sociais Aplicadas, na área do conhecimento das Ciências da Comunicação e na interface entre Comunicação e Educação, a presente reflexão crítica de cunho filosófico e de caráter propositivo tem como problema de pesquisa a seguinte questão: qual deve ser o papel dos meios de comunicação e dos jornalistas brasileiros no combate à desinformação no ambiente digital? Para responder à pergunta, este estudo adota o método crítico (POPPER, 2006) e propõe, como objetivo geral, a construção de uma solução prática, viável e escalável. Como objetivos específicos, este estudo pretende: 1) contextualizar a Ecologia da Mídia como aporte teórico possível para a compreensão da atual paisagem midiática; 2) identificar as principais características do ambiente tecnológico no qual estamos inseridos; 3) compreender as especificidades da sociedade criada pelo ambiente digital; 4) adaptar o conceito de consumo consciente ao universo da informação; 5) discutir o papel das emoções em tempos de pós-verdade, desinformação e infoxicação; 6) mapear o universo das iniciativas relacionadas à educação midiática, bem como as suas variações conceituais e áreas de atuação; e 7) propor o conceito de Pedagogia da Notícia e uma forma de operacionalizá-lo no âmbito do sistema de educação não formal.Esta pesquisa parte de três pressupostos. O primeiro reafirma a necessidade de se combater não somente a disseminação de fake news, como também as demais estratégias empregadas com o objetivo de promover a desinformação e a infoxicação na era da pós-verdade, em que as crenças se sobrepõem aos fatos empiricamente verificáveis. O segundo considera que este combate deveria ser institucionalizado por meio de políticas públicas voltadas à educação midiática e complementadas com o engajamento dos mais diversos setores da sociedade, incluindo os meios de comunicação e os próprios jornalistas. Um terceiro pressuposto deste estudo sustenta que, diante da fragilidade dessas políticas públicas voltadas à educação midiática no Brasil, os veículos e os profissionais da imprensa podem – e devem, como parte de sua responsabilidade social – assumir um papel central no combate à desinformação. Mais do que sinalizar o que é fato e o que é fake, eles podem ser os promotores de uma nova atitude: o consumo consciente das notícias a partir da aplicação dos pressupostos contidos na Pedagogia da Notícia e da sua rota de aprendizagem.
Inserted in the broad subject area of Applied Social Sciences, in field of Communication Sciences and in the interface between Communication and Education, this critical reflection of a philosophical nature and propositional character presents the following research question: what is the role of the Brazilian media and journalists in combating disinformation in the digital environment? To answer this question, this study adopts the critical method (POPPER, 2006) and proposes, as a general objective, the construction of a practical, viable and scalable solution to the problem that originated this reflection. As specific objectives, this study aims to: 1) contextualize Media Ecology as a possible theoretical support for understanding the current media landscape; 2) identify the main characteristics of the technological environment in which we operate; 3) understand the specifics of the society created by the digital environment; 4) adapt the concept of conscious consumption to the universe of information; 5) discuss the role of emotions in times of post-truth, disinformation and infotoxicity; 6) map the range of initiatives related to media education, as well as their conceptual variations and areas of activity; and 7) to propose the concept of News Pedagogy and a way to operationalize it within the scope of the informal education system.This research is based on three assumptions. The first reaffirms the need to combat not only the spread of fake news, but also the other strategies that promote disinformation and infotoxicity in the post-truth era, in that beliefs overlap with empirically verifiable facts. The second considers that this fight should be institutionalized through public policies aimed at media education and complemented with the engagement of the most diverse sectors of society, including the media and journalists themselves. A third assumption of this study maintains that, given the fragility of these public policies aimed at media education in Brazil, the media and professionals of the press can - and must, as part of their social responsibility – assume a central role in combating disinformation. More than signaling what is fact and what is fake, they can be the promoters of conscious consumption based on the application of the assumptions contained in News Pedagogy and its learning path. |
