| Abstract: | Este estudo buscou explorar os processos de trabalho relacionados às práticas de saúde mental nos serviços da rede básica de saúde da cidade de Porto Alegre, bem como analisar os sentidos e concepções dos profissionais da atenção básica em relação à saúde mental. Essa pesquisa é de delineamento qualitativo, de caráter exploratório e descritivo. A coleta de dados foi realizada nos meses de agosto a outubro de 2016 em oito unidades de saúde da atenção básica, sendo 1 Unidade Básica de Saúde (UBS) tradicional e 7 unidades com Equipes de Saúde da Família (ESF). Os participantes do estudo totalizaram 16 profissionais: quatro médicos, cinco agentes comunitários de saúde e sete enfermeiros. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, com roteiro pré-elaborado pelos pesquisadores, que abordou questões referentes aos processos de trabalho relacionados à atenção à saúde mental. As entrevistas tiveram duração aproximada de 40 minutos, as quais foram gravadas e transcritas na íntegra. Para a análise do material, adotou-se a técnica de Análise Temática, segundo Braun e Clarke. O estudo apresenta dois artigos. O primeiro teve como objetivo analisar os processos de trabalho em saúde mental a partir da perspectiva dos profissionais da Atenção Básica (AB) de Porto Alegre, estabelecendo semelhanças e diferenças nas práticas desenvolvidas de acordo com a modalidade de Apoio Matricial (AM).A partir dos resultados, os serviços com apoio matricial do Núcleo de Apoio à Saúde da Família demostraram maior participação e integração das equipes da AB nas ações de saúde mental, e consequentemente, maior efetividade e resolutibilidade da atenção à saúde mental dos usuários. O segundo artigo tem por objetivo analisar as concepções e os sentidos atribuídos a saúde mental pelos profissionais da atenção básica. Os resultados demonstram que o conceito presente nas perspectivas de saúde mental aproxima-se ao entendimento ampliado de saúde. Isso remete para uma mudança no que consiste o paradigma da saúde mental, a qual se observa um avanço para uma concepção estendida do conceito, que se reverbera na consideração de determinantes e condicionantes sociais da saúde.
This study aims to explore the work processes related to practices of mental health in services of primary health care network in Porto Alegre, as well as to analyze the conceptions and perspective of professionals of Primary Care about mental health. This is a qualitative, transversal and exploratory study. Data collection was performed from August to October 2016 in eight primary health care units: 1 traditional Basic Health service and 7 services with Family Health Teams (ESF). Research participants were 16 professionals: four physicians, five community health agents and seven nurses. The tool was semi-structured interviews, with a pre-elaborated script by researchers, which addressed issues related to work processes to mental health care. The interviews lasted approximately 40 minutes, which were recorded and transcribed. For data analysis, Thematic Analysis technique was chosen, according to Braun and Clarke. This research presents two articles. The first one aims to analyze the work processes in mental health from the perspective of the professionals of Primary Health Care of Porto Alegre, establishing similarities and differences in practices developed according to the mode of Matrix Support. Results show that the services with matrix support from Family Health Support Center demonstrated greater participation and integration of primary health care teams in mental health practices, and consequently, greater effectiveness and resilience of mental health care for users. The second article aims to analyze the conceptions and meanings attributed to mental health by professionals of primary care. Results show that the perspectives about the concept of mental health approach to the expanded understanding of health. This refers to a shift in the paradigm of mental health, which shows an advance towards an extended meaning of the concept, which reverberates in the consideration of social determinants of health. |
